Como criar conteúdo acessível: boas práticas para designers e criadores

Criar conteúdo acessível é essencial para garantir que todas as pessoas possam navegar e interagir com o ambiente digital sem barreiras.

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Designers e criadores de conteúdo têm um papel fundamental nessa missão, adotando práticas inclusivas que permitem o acesso de pessoas com diferentes tipos de deficiência, como visual, auditiva, cognitiva ou motora.

Então, para alcançar essa meta, é necessário seguir diretrizes claras e utilizar ferramentas que promovam a acessibilidade digital.

Neste texto, vamos destacar as principais estratégias e dicas sobre como criar conteúdo acessível, abordando desde o design visual até a inclusão de legendas e descrições alternativas.

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    1. Compreenda as diretrizes de acessibilidade

    O primeiro passo para criar conteúdo acessível é entender as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), desenvolvidas pelo World Wide Web Consortium (W3C).

    Essas diretrizes são divididas em quatro princípios fundamentais que todo conteúdo acessível deve atender: perceptível, operável, compreensível e robusto.

    Cada princípio aborda diferentes aspectos que afetam a experiência do usuário com deficiência, como a capacidade de perceber elementos visuais e sonoros, interagir com a interface e compreender o conteúdo apresentado.

    Por exemplo, o conteúdo perceptível envolve a apresentação clara de informações textuais e não textuais.

    Ou seja, isso significa que, além de fornecer imagens, gráficos e vídeos, é necessário garantir alternativas textuais (como a descrição de imagens) para que leitores de tela possam transmitir essas informações a usuários cegos.

    Segundo um levantamento da WebAIM, 98% dos sites ainda apresentam barreiras significativas de acessibilidade, o que reforça a importância de seguir rigorosamente as WCAG.

    2. Cores e contrastes: como aplicá-los corretamente

    O uso correto de cores é um aspecto crucial no design acessível.

    Decerto, a escolha inadequada de cores e contrastes pode impedir que pessoas com deficiência visual ou daltonismo consigam ler ou entender o conteúdo corretamente.

    Então, ao criar conteúdo acessível, recomenda-se uma taxa de contraste mínima de 4,5:1 para textos normais e 3:1 para textos grandes.

    Essas proporções garantem que o conteúdo seja legível mesmo para pessoas com baixa visão.

    Além disso, é essencial não usar apenas a cor para transmitir informações.

    Para destacar elementos, como links ou botões de ação, utilize sublinhados, bordas ou ícones que sejam facilmente identificáveis por todos os usuários, independentemente de sua percepção visual.

    Isso reduz a dependência exclusiva das cores e garante uma experiência mais inclusiva.

    Tabela 1: Exemplo de taxa de contraste recomendada

    Tamanho do textoTaxa mínima de contraste
    Texto normal4,5:1
    Texto grande3:1

    3. Estruturação de conteúdo e navegação intuitiva

    Um dos maiores desafios ao criar conteúdo acessível é garantir que ele seja organizado de forma lógica e coerente.

    Para isso, a estrutura de títulos e subtítulos deve seguir uma hierarquia clara (H1, H2, H3, etc.), facilitando a navegação tanto para usuários comuns quanto para aqueles que dependem de leitores de tela.

    Além disso, listas numeradas e marcadores podem ser úteis para organizar informações e aumentar a escaneabilidade do texto.

    Ao criar conteúdo acessível, é importante evitar blocos grandes de texto. Quebre a informação em parágrafos curtos e objetivos, e insira imagens ou gráficos que ajudem a ilustrar o conteúdo.

    Não se esqueça de incluir descrições alternativas (alt text) em todas as imagens, pois isso permite que usuários com deficiência visual entendam o contexto e a relevância de cada imagem.

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    4. Inclua legendas em vídeos e transcrições de áudio

    Conteúdos multimídia, como vídeos e áudios, devem ser acompanhados de legendas e transcrições para garantir que usuários com deficiência auditiva possam entender o material.

    Esse tipo de recurso não só aumenta a acessibilidade, mas também melhora o engajamento e a compreensão geral do público.

    Um estudo da Ofcom revelou que 80% das pessoas que utilizam legendas em vídeos não têm deficiência auditiva, o que demonstra o valor desse recurso para diferentes grupos de usuários.

    Ao adicionar legendas, certifique-se de que elas sejam sincronizadas corretamente com o áudio e que ofereçam informações detalhadas, incluindo sons de fundo e falas não verbais.

    As transcrições de áudios também devem ser claras e incluir todas as falas e sons relevantes, proporcionando uma experiência completa ao usuário.

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    5. Facilidade de navegação: botões e links acessíveis

    A navegação é um ponto essencial na criação de conteúdos acessíveis.

    Para isso, certifique-se de que os botões e links sejam fáceis de identificar e clicar, tanto para usuários que utilizam o mouse quanto para aqueles que dependem do teclado ou de tecnologias assistivas.

    Os botões devem ser grandes o suficiente para que pessoas com deficiência motora possam acioná-los sem dificuldades.

    Além disso, nunca use frases como "clique aqui" em links, mas sim descrições claras, como "saiba mais sobre acessibilidade digital", para que os leitores de tela consigam indicar ao usuário o destino correto do link.

    6. Validação de acessibilidade com ferramentas adequadas

    Testar a acessibilidade do conteúdo é uma etapa indispensável para garantir que as boas práticas estejam realmente sendo aplicadas.

    Ferramentas como o WAVE, o Axe e o Lighthouse são amplamente utilizadas para identificar falhas de acessibilidade em páginas da web.

    Contudo, testes manuais e o envolvimento de pessoas com deficiências no processo de revisão também são fundamentais.

    Elas podem oferecer um feedback valioso sobre os problemas de usabilidade que podem passar despercebidos nas ferramentas automáticas.

    Tabela 2: Ferramentas populares para testes de acessibilidade

    FerramentaDescrição
    WAVEAnalisa automaticamente a acessibilidade
    AxePlugin de teste de acessibilidade em tempo real
    LighthouseVerifica acessibilidade e performance geral do site

    7. Conteúdo responsivo e adaptado para diferentes dispositivos

    Em um mundo onde o acesso a conteúdos digitais ocorre em múltiplos dispositivos, é essencial que o conteúdo acessível também seja responsivo.

    O design responsivo permite que páginas e elementos se adaptem a diferentes tamanhos de tela, proporcionando uma experiência de navegação contínua para todos os usuários, incluindo aqueles que acessam o conteúdo por meio de smartphones, tablets ou desktops.

    Além disso, o conteúdo deve ser otimizado para uma navegação rápida e fluida em dispositivos móveis.

    Elementos como botões, menus e áreas clicáveis devem ser ajustados para que usuários possam interagir com facilidade, sem comprometer a acessibilidade.

    8. Evite animações e interações que possam causar desconforto

    Por fim, é importante lembrar que certas animações, interações rápidas ou transições visuais podem causar desconforto para usuários com sensibilidades sensoriais ou distúrbios como epilepsia fotossensível.

    Sempre ofereça a opção de desativar animações ou transições automáticas no site. Além disso, evite o uso excessivo de elementos piscando ou mudanças rápidas de cores, que podem causar distrações ou até problemas de saúde.

    Considerações finais

    Criar conteúdo acessível é um processo contínuo de aprendizado e aprimoramento. Designers e criadores de conteúdo digital têm a responsabilidade de garantir que todos possam acessar informações, independentemente de suas capacidades. Ao seguir as diretrizes de acessibilidade e adotar as boas práticas descritas neste artigo, você estará não apenas cumprindo com regulamentações legais, mas também contribuindo para uma internet mais inclusiva, acessível e justa para todos.

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